A Luta Contínua: Enfrentando a Violência Contra a Mulher no Brasil

A luta é contínua !

O mês de agosto é marcado no Brasil pela campanha Agosto Lilás, um movimento dedicado à conscientização e ao combate à violência contra a mulher. A escolha deste mês não é aleatória: ela remete à sanção da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), ocorrida em 7 de agosto de 2006. Essa lei representa um marco fundamental na legislação brasileira, criando mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. 

A campanha Agosto Lilás surgiu da necessidade de dar visibilidade a essa importante legislação e de sensibilizar a sociedade sobre a gravidade da violência de gênero. Seu objetivo principal é divulgar os direitos das mulheres, os canais de denúncia e as formas de buscar ajuda, incentivando a população a se engajar nessa luta. É um período de intensificação de ações educativas, palestras e debates, buscando romper o ciclo da violência e promover uma cultura de paz e respeito. 

Além dos feminicídios, a violência sexual também atingiu patamares recordes. Em 2024, foram contabilizados 87.545 casos de estupro, o maior número da história, com uma média de 227 vítimas por dia, sendo 86% delas do sexo feminino [3, 4]. Esses dados sublinham a urgência de fortalecer as redes de proteção e de conscientizar a sociedade sobre a gravidade do problema. 

Outro ponto crítico é o descumprimento de medidas protetivas. Embora 555 mil medidas tenham sido concedidas em 2024, mais de 100 mil foram desrespeitadas pelos agressores [5]. A cada minuto, pelo menos duas ligações relacionadas à violência doméstica são registradas no país, evidenciando a necessidade de canais de denúncia e apoio eficazes [5]. 

Diante desse cenário, a luta pela autonomia e segurança das mulheres não pode se restringir a campanhas pontuais. É um compromisso diário que envolve governos, sociedade civil e organizações dedicadas à causa. 

Nesse contexto de desafios e esperança, a Associação Cultura, Cidade e Arte (ACCA) se destaca como uma força motriz na promoção da autonomia feminina. Fundada em Goiânia há 23 anos, a ACCA é uma organização não-governamental independente e sem fins lucrativos, que atua na descentralização do conhecimento através da arte e da educação [6]. Sua missão é clara: despertar a consciência e mobilizar a sociedade em defesa da vida e dos direitos das mulheres, por meio de eventos, cursos e ações experimentais. 

Programa Multimídia “ACCA: Autonomia Feminina”: Apresentado por Márcia Pelá, este programa político-feminista oferece reflexões sobre os obstáculos e vitórias na busca pela autonomia feminina. Com episódios semanais no YouTube [7] e Spotify, aborda temas como educação feminista, redes de apoio e enfrentamento ao feminicídio. O programa conta com convidadas de diversos setores, garantindo pluralidade e profundidade às discussões, como o episódio sobre “Violência Digital Contra Mulheres” com Geralda Cunha [8].

Websérie “RevelArtes: Mulheres em Cena”: Fruto de um esforço coletivo, esta websérie promove a visibilidade de mulheres artistas goianas, cis ou trans, destacando suas trajetórias e o impacto das relações sociais e de gênero em suas carreiras [9]. Disponível no YouTube da ACCA, já conta com duas temporadas. 

Programa “Literatices: Palavra Solta”: Apresentado por Teresa Cristina Costa Ribeiro, este programa celebra a literatura em sua liberdade, humor e profundidade. É um espaço para mergulhar em histórias, autoras e reflexões sobre o poder transformador da palavra, sempre sob uma perspectiva feminina, plural e aberta ao novo. O conteúdo está disponível no YouTube e Spotify da ACCA. 

Mulheres Conectadas Contra a Violência Digital: Uma ação focada no combate à crescente violência digital, que inclui atividades em redes sociais, pesquisa sobre a relação das mulheres com o mundo digital e lives sobre o tema [6]. A ACCA também disponibiliza o e-book “Quebrando o Silêncio”, em formato HQ, que aborda as estratégias que perpetuam a desigualdade e opressão. 

Cartilha “Corte o Odio . Conecte Igualdade : Disponível para download no site da ACCA, esta cartilha em PDF oferece um checklist de violência, um passo a passo para pedir medida protetiva e uma lista de contatos úteis, sendo uma ferramenta essencial para mulheres que buscam informações e apoio [6]. 

A luta contra a violência de gênero é um esforço coletivo que se fortalece com a atuação de diversas organizações. Conhecer e apoiar essas iniciativas é crucial para ampliar a rede de proteção e garantir que mais mulheres tenham acesso à ajuda necessária: 

Instituto Maria da Penha (IMP): Organização sem fins lucrativos que atua na defesa dos direitos das mulheres, prevenção e combate à violência doméstica e

familiar. O IMP desenvolve projetos que buscam gerar reflexão e promover mudanças de atitudes na sociedade, além de disseminar informações sobre a Lei Maria da Penha [10]. 

Associação Fala Mulher: Atua diretamente no combate à violência doméstica, oferecendo acolhimento, orientação jurídica e psicológica para vítimas. A ONG busca empoderar as mulheres, auxiliando-as a romper o ciclo da violência e a reconstruir suas vidas [11]. 

Justiceiras: Uma força-tarefa pró-mulher que oferece orientação jurídica e psicológica online para mulheres em situação de violência. Conecta voluntárias a vítimas, proporcionando um canal seguro e acessível para buscar ajuda e informações sobre direitos e denúncias [12]. 

Instituto Nós Por Elas: Foca no fomento de boas práticas e no comprometimento social e governança para o enfrentamento de todo e qualquer tipo de violência contra a mulher. Busca combater a violência de gênero através de ações de conscientização, educação e apoio a projetos que promovam a igualdade de gênero [13]. 

A ACCA convida a todos a transformar indignação em ação constante. A luta contra a violência não se restringe a um mês, mas é um compromisso diário. Você pode contribuir de diversas formas: 

Compartilhe a cartilha Sinais de Alerta com três amigas – link disponível no site da ACCA [6]. 

Inscreva-se no canal do YouTube da ACCA [7] e ative as notificações para receber novos episódios do programa Autonomia Feminina e da websérie RevelArtes. 

Indique um serviço de acolhimento de sua cidade nas redes sociais da ACCA usando a hashtag #Lilás365 – a associação atualiza seu mapa semestralmente. 

Doe: cada R$ 30 financia a impressão de cinco cartilhas para mulheres sem acesso à internet.

[1] O Globo. O que é o Agosto Lilás? Entenda a campanha que combate a violência contra mulheres. Disponível em: https://oglobo.globo.com/ela/noticia/2025/08/06/o que-e-o-agosto-lilas-entenda-a-campanha-que-combate-a-violencia-contra mulheres.ghtml 

[2] Brasil Escola. Agosto Lilás: o que é, objetivos, importância. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/agosto-lilas.htm 

[3] CNN Brasil. Feminicídio bate recorde no Brasil em 2024, diz estudo. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/brasil/feminicidio-bate-recorde-no-brasil-em- 2024-diz-estudo/ 

[4] G1. Feminicídios e mortes de crianças e adolescentes crescem em meio a queda de crimes violentos no país em 2024, diz Anuário Brasileiro da Segurança Pública. Disponível em: https://g1.globo.com/politica/noticia/2025/07/24/anuario-brasileiro da-seguranca-publica-mortes.ghtml 

[5] SINPAF. Brasil registrou mais de 87 mil estupros e 1.492 feminicídios em 2024. Disponível em: https://sinpaf.org.br/violencia-mulher-anuario-2025/ 

[6] CNM. Violência contra a mulher cresce e MMM chama atenção para urgência de ações de combate. Disponível em: https://cnm.org.br/comunicacao/noticias/violencia contra-a-mulher-cresce-e-mmm-chama-atencao-para-urgencia-de-acoes-de-combate 

[7] Agência Brasil. “Avançada”, Lei Maria da Penha faz 19 anos, mas violência não diminuiu. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos humanos/noticia/2025-08/avancada-lei-maria-da-penha-faz-19-anos-mas-violencia nao-diminuiu

[8] Associação Cultura, Cidade e Arte. Sobre nós. Disponível em: https://culturacidadeearte.org/sobre-nos/ 

[9] Associação Cultura, Cidade e Arte. Canal do YouTube. Disponível em: https://www.youtube.com/@culturacidadeearte 

[10] YouTube. Episódio 13 – Eco Mortal: Violência e Comunicação com Geralda Cunha – parte 1. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=5bi8VY7xCOo 

[11] Associação Cultura, Cidade e Arte. RevelArtes. Disponível em: https://culturacidadeearte.org/revelartes/ 

[12] Instituto Maria da Penha. Página oficial. Disponível em: https://www.institutomariadapenha.org.br/ 

[13] Associação Fala Mulher. Página oficial. Disponível em: https://www.falamulher.ong.br/ [14] Justiceiras. Página oficial. Disponível em: https://www.justiceiras.org.br/ [15] Instituto Nós Por Elas. Página oficial. Disponível em: https://nosporelas.com/