A Associação Cultura, Cidade e Arte (ACCA) apresenta, neste mês de novembro de 2024, a campanha Mulheres Conectadas contra a Violência Digital. O projeto inclui uma série de atividades nas redes sociais, além de uma pesquisa sobre a relação das mulheres com o mundo digital e seus direitos. Coordenado pela Presidente da ACCA, Márcia Cristina Hizim Pelá, doutora e pós-doutora em Geografia pela Universidade Federal de Goiás, o levantamento vai subsidiar novas ações da entidade direcionadas ao universo feminino. Uma live sobre o tema será realizada na segunda-feira, 25 de novembro, às 19 horas, com a participação da ativista Adila Eugênia, doutoranda em Geografia Cultural na Friedrich-Alexander-Universität e docente na Universidade de Heidelberg, na Alemanha.
A data simbólica (25/11) é celebrada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher, desde 1999. O Dia Laranja, como também é conhecido, convoca à mobilização, alertando para a urgente necessidade de prevenir e eliminar a violência contra as mulheres e meninas e prestar homenagem às irmãs Patria, Maria Teresa e Minerva Maribal, violentamente torturadas e assassinadas, em 1960, a mando do ditador da República Dominicana Rafael Trujillo.
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Violência digital
Refere-se a comportamentos agressivos ou relevantes que ocorrem no ambiente online, utilizando plataformas digitais para intimidar, ameaçar, assediar ou prejudicar indivíduos ou grupos. Com a crescente dependência das tecnologias de informação e comunicação em todo o mundo, a violência digital se tornou uma preocupação crescente, afetando diversas populações, incluindo jovens, mulheres, minorias étnicas, LGBTQIA+ e figuras públicas. De acordo com a ONU, 35% dos jovens já foram vítimas de ciberbullying e 28% dos usuários enfrentaram assédio online, e o discurso de ódio aumentou 20% nos últimos anos. Especificamente, as mulheres são os principais alvos desses abusos.
Conforme a ACCA, é preciso incluir os canais digitais no esforço de combate à violência em geral, já que os dados apontam para mais uma face da violência diária sofrida pelas mulheres por outros meios. No Brasil, por exemplo, de acordo com o Anuário de Segurança Pública, a cada 6 horas uma mulher é vítima de feminicídio, sendo que 63% delas são negras. A cada 6 minutos, uma menina ou mulher sofre violência sexual e 3 em cada 10 brasileiras já foram vítimas de violência doméstica. Por dia, 113 casos de importunação sexual são denunciados.
De acordo com Márcia Pelá, o objetivo do projeto é espalhar conhecimento para que as mulheres se fortaleçam, aprendam como se prevenir e saibam como procurar apoio e proteção. “O mundo digital é uma realidade permanente em nossas vidas e precisamos desenvolver habilidades para viver com segurança nele também”, explica.
ACCA
A Associação Cultura, Cidade e Arte (ACCA) é uma organização não-governamental, independente e apartidária, firmemente estabelecida sem fins lucrativos e dedicada à descentralização do conhecimento por meio da arte e da educação. Há 22 anos atua na preservação da diversidade cultural e na promoção da igualdade de gênero. É formado por uma comunidade de profissionais e acadêmicos que valorizam a criatividade, a inclusão e o poder da educação para construir um mundo mais justo e equitativo.
Idealizadoras
O projeto é uma criação conjunta de Márcia Cristina Hizim Pelá, presidente da ACCA, pesquisadora e ativista, doutora e pós-doutora pelo Instituto de Estudos Socioambientais da UFG; Ádila Eugênia, doutoranda em Geografia Cultural pela Friedrich-Alexander-Universität e docente pela Universidade de Heidelberg, na Alemanha; Daisy Caetano, doutora em Sociologia pela Universidade Federal de Goiás, feminista e trabalhadora da educação; Patrícia Vieira, feminista, produtora cultural, diretora de Produção do Plano V Eventos e Cultura, parceira da ação; e Teresa Cristina Ribeiro Costa, jornalista e feminista com ampla atuação como comunicadora nas áreas de Educação, Cultura e Política. Todas são dedicadas à luta pelos direitos e valorização das mulheres, à promoção da arte, à educação e transformação social e aos incentivos à igualdade de gênero, por uma sociedade de mulheres emancipadas.